Bus Ride Notes
Lançamentos

VEIO AÍ – Lançamentos de Setembro, pt. 1

Finalmente, chegou o melhor mês do ano! Claro que tô falando isso por conta da galera virginiane. Todo meu amor pra vocês <3 Inclusive, é meu aniversário essa semana (manda o pix aí pra nois!), e obviamente não deixaria de comemorar aqui também.

Como rolou uma avalanche de lançamentos legais logo nos primeiros dias de setembro, achamos justo e necessário trazer essa coluna em DUAS partes mais uma vez! Tô falando, ô mês abençoado [exceto pela onda mortal de calor que tá assolando o cerrado no momento]. São várias bandas constando aqui pela primeira vez e isso enche meu coraçãozinho de cinzeiro de alegria.

Antes do vamo ver, só alguns recados: 1) A gente tá sempre disponível pra te ouvir e trocar uma ideia! Só escrever pro busridenoteszine@gmail.com. E os links das nossas redes sociais estão aqui ao lado também. 2) Queremos MUITO dar espaço pra mais artistas do interior, e também das regiões norte/nordeste/centro-oeste (exceto DF). Conhecer alguém desses lugares? Coloca a gente em contato!
E eu digo: BORA NESSA!

Apollo 85Calçada Cinza

Formada em 2019 e chegando nos streamings dois anos depois com o single/videoclipe “Por um triz”, este mês o quinteto indie de Fortaleza, CE apresenta sua quinta faixa gravada, que fará parte do primeiro EP da banda.
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Boca Braba – Crônicas de Tempos Difíceis

O quarteto de hardcore (ou rapcore?) de Viamão, RS lançou seu primeiro single em 3 anos, período em que todos passamos por dificuldades diversas, e aqui soltam o verbo sobre tudo isso. Adoraria vê-los numa tour conjunta ou num split com a Escolta.
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CiganaEstrago

Com o single “Ideia Errada” lançado no final de agosto, agora é a vez do EP completo! Ambos pela Balaclava Records. Incorporando elementos eletrônicos, o quarteto de Limeira, SP expande e moderniza sua sonoridade, embalada em cores de sorvete psicodélico.
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Counterraid – Work to Die

Grupo recém formado por remanescentes de outras bandas de Uberlândia, MG, como Deadtrack, Eu Sozinho e Desventura. Hardcore metálico pra quem curte peso e sujeira, o quarteto está nos finalmentes pra lançar seu primeiro EP.
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Dirty GrillsEu Não Vejo a Hora de me Livrar da Companhia de Mim Mesma

Recém formada, mas já dando o que falar em sua Florianópolis, SC, o duo sintetiza muito do que o Busão ama: guitarrona saturada, bateria pra bater cabelo, zuera dançante e suada. E esse é só o single de estreia. Quero maaaaais!
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Millo – Nós

Uma das bandas mais prolíficas da cena carioca, sempre presentes aqui, o trio está de volta com seu primeiro EP. Cheio de dedilhados e tappings safados, este math/emo tá bonitasso!
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Oxy – Push

Aguardo esse momento há anos! Acompanho esses jovens (os mais talentosos do Distrito Federal) desde seu show de estreia, e até então não pintaram por aqui ainda. “Push” debuta a formação nova e mostra todo o amadurecimento, tanto pessoal quanto musical, desses lindos. E ouvi dizer que logo tem mais! Te amo Oxy <3
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Peoria – Desmonte

Dois meses após seu último single, “01 segundo”, os paulistanos retornam com som novo. Questionando superficialidades e propondo transformações, esta faixa aborda “o reconhecimento dos extremos ‘além do bem e do mal’, que existem dentro de cada um de nós. A incapacidade de dominar nosso lado sombrio (ainda que poucos reconheçam) é o que torna os instintos legítimos e verdadeiros”.
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PunkzillaCastello Branco

Os maiores agitadores de Porto Alegre trazem uma aula de história local em forma de single. Em pleno 2022-quase-23, por que ainda homenageamos essa escória de velhos brancos que só trouxeram infortúnio por onde passaram?
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Que Fim Levou Valdir?Dzespero

Celebrando 15 anos ininterruptos de estrada, os paulistanos acabaram de lançar seu novo EP. Hardcorezão sem frescura nem firula, são três faixas em cinco minutos – do jeito que a gente gosta.
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RecreioTiranos Melancólicos

Com uma inspiração inusitada na migração do suiriri (de nome científico Tyrannus melancholicus), que vai do Texas ao Rio Grande do Sul, a banda de Porto Alegre, RS desdobra temas mais explícitos, como os danos provocados pela globalização desenfreada, e também metáforas poéticas, como “a identificação do homem que, não aceitando a melancolia que lhe pertence, passa a ser um tirano“.
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ReliefDespreparo Consciente

Beirando os 20 anos de estrada, o quarteto de hardcore melódico de Maringá, PR recém lançou o “EP.03” e já está de volta com mais um single, anunciando um novo álbum. Segundo a banda, essa faixa “fala sobre tudo o que vivemos durante esses últimos dois anos, sobretudo no auge da pandemia”.
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split Sorry pelo Berro

As bandas Berro Mote (São José dos Campos) e Sorry for All (Socorro) se unem nesse lançamento conjunto e insano, que poderia tranquilamente ser uma cria da Discografia Caipirópolis. Trampo desgraçado (no bom sentido da palavra) do estúdio Abbey Roça.
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Terra Mãe – Saudade

Alguns meses depois do belo EP “Vontade que não morre”, o trio campinense nos presenteia com mais um hino do roque triste barulhento & melancólico em seu cancioneiro. Saudosista e nostálgico por coisas que nunca vivi como sou, te digo que essa bateu lá no fundo. E foi gostoso, recomendo.
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Teto das Nuvens – Em Pedaços

Sucedendo do hit “Epílogo”, o quinteto de Porto Alegre, RS está de volta com mais uma sonzeira afiada. Neste hino post-hardcore atual e gostosão, que “é um tributo às pessoas que um dia foram e/ou ainda são referência na vida de outros indivíduos“, contam com a participação de Caio Weber, da Cefa.
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WRY – Sem Medo de Mudar

Primeiro vislumbre do oitavo álbum (e primeiro todo em português) que está por vir, da lendária e icônica banda de Sorocaba, SP. Faixa obrigatória pra qualquer balada pós-punk daqui pra frente. Ou pra dançar esquisito sozinho na sala. Lançamento da Before Sunrise Records.
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Entrevistas

Entrevista: Nosedive

A banda de Bauru, SP (que já participou da Discografia Caipirópolis) foi formada em 2019 e hoje é composta por Gabriel (voz), Danilo (guitarra), João (guitarra), Ricardo (baixo) e Lucas (bateria).

Nosedive tem influências do hardcore, emo e anos 90, e portanto seu som é semelhante a algumas bandas que fazem parte do revial emo dos anos 2010 (Superheaven, Balance and Composure, Basement, etc), que têm as mesmas influências.

Eles lançaram seu primeiro EP, “Dull Days” em 2020 e em abril de 2022, o segundo, “Losing Touch”.

Conversamos com a banda sobre a sua história, lançamentos, a cena na região de Bauru e mais na entrevista que você lê a seguir.

Vocês podem falar um pouco sobre a banda pra quem não conhece?

Somos uma banda de hardcore com influências múltiplas que vão desde o post rock até o começo do emo da escola da Dischord, Jade Tree e Sub Pop. Somos de Bauru, SP e a banda existe desde o começo de 2019.

Nesse tempo lançamos dois EPs (um em abril desse ano ano) e um single. Tivemos oportunidade de tocar em alguns lugares fora de Bauru e algumas vezes por aqui. Curtimos muito tocar, conhecer pessoas e fazer amizades, então se você que tá lendo curtir nosso som e quiser chamar a gente pra tocar, saiba que vamos com o maior prazer.

Vocês se consideram parte da geração “grungemo”?

Pode se dizer que sim. Todos nós tivemos a adolescência nos anos 90, então foi inevitável ter influência das bandas que se destacaram nesse período. Já o emo foi descoberto mais tarde, mas fez todo sentido e talvez a banda nem existisse se não fosse esse gosto em comum.

Já teve gente falando que a banda lembrava desde Nirvana até Hüsker Dü e isso é muito legal porque são bandas que em maior ou menor escala fizeram parte do que escutamos.

Falando nisso, quais são algumas das influências da banda? Tanto no som, quanto em outros aspectos?

Em questão de som acho que as principais são Hüsker Dü, Knapsack, Braid, Seaweed, Hot Water Music, Dinosaur Jr. A escola da Dischord como Embrace, Rites of Spring, Three, Fugazi e umas bandas mais novas como o Basement e o Title Fight.

No Brasil curtimos muito Polara, Againe, Horace Green, Noção de Nada. Cada integrante escuta coisas bem distintas que vão desde samba até metal e isso, querendo ou não, acaba influenciando também nas composições.

Fora da música são os livros, filmes, política, coisas que vivenciamos, histórias de pessoas próximas e por aí vai.

A gente não aguenta mais falar sobre a pandemia, mas a Nosedive lançou todos os seus materiais (dois EPs e um single) durante esse período. Isso teve alguma influência na banda?

No primeiro EP não, pois ele já estava gravado. Ele ficou pronto bem no começo da pandemia. No segundo já teve mais influência, algumas músicas que estão nele foram compostas nesse tempo.

Acho que o pior de tudo é que foi um período bem difícil, principalmente emocionalmente. Familiares de amigos chegaram a falecer ou ficar em estado grave. Fora toda incerteza de como seriam as coisas no futuro porque durante um tempo ficou realmente tudo parado, trabalho, vida pessoal, banda, amigos, família, tudo.

Em relação especificamente à banda, a frustração maior foi não ter feito shows depois de lançar material. Para você ter uma ideia, a primeira vez que tocamos depois de ter lançado o primeiro EP foi no final do ano passado. Ficava aquela expectativa de como seria a recepção ao vivo, em como as pessoas iam receber.

Vocês fazem parte do coletivo Refuse2Sink, certo? Vocês podem falar um pouco sobre ele e essa parceria? Como é a cena em Bauru?

O Refuse2Sink é uma espécie de coletivo que participam várias bandas. É uma forma de somar forças com outras pessoas que estão no mesmo meio que nós. O coletivo conseguiu viabilizar shows, lives, gravações ao vivo, vídeos e várias outras coisas que se fossem uma ou duas bandas isoladas talvez não fosse viável. Temos amigos e amigas no coletivo, bandas que admiramos e curtimos somar com o pessoal.

A cena em Bauru atualmente é alimentada pelas próprias bandas e um público pequeno mas que sempre tá presente. É uma cidade interiorana, tudo é muito difícil, desde você conseguir um lugar pra tocar, equipamento, fazer um evento sem tomar prejuízo, gravar, enfim, tudo.

Nessas horas a gente vê como um pouco de cooperação e o faça você mesmo é poderoso, até porque talvez seja o único jeito das coisas tomarem forma aqui. Particularmente, mesmo com toda dificuldade, vejo beleza demais nisso, é o jeito que gosto e acredito.

Últimas considerações? Algum recado?

Só agradecer a vocês pelo interesse na banda e em virem trocar ideia com a gente. Talvez a parte mais legal de ter uma banda é se conectar com as pessoas, fazer amizades e criar laços, então pra gente é sempre um prazer participar.

Para quem tá lendo e se interessou pela banda, é só procurar nas plataformas ou Bandcamp para escutar. E quem quiser trocar ideia com a gente ou nos chamar para tocar, é só mandar uma mensagem no Instagram ou Facebook que respondemos com o maior prazer. Valeu!


Lançamentos

VEIO AÍ – Lançamentos de Agosto

Diferente de vários agostos anteriores que pareceram durar um todo um semestre, este não foi. Talvez porque estive ocupado tentando sobreviver ao capitalismo e a esse desgoverno de merda. Otimismo não é o forte por aqui, mas imagino que podemos ter um mínimo de esperança com a proximidade das eleições. Confesso que tô um tanto ansioso por praticamente nunca ter votado – nunca me senti representado o suficiente pra fazer isso –, mas dessa vez resolvi regularizar as coisas porque me recuso a continuar no pior governo da nossa história.

Como o próximo Veio Aí! só sai depois desse dia importante, vamos de papo reto: você sabe quais números apertar. Mas se por acaso você apoia o troglodita no poder, sua corja e todas as desgraças que causaram, e ainda assim pretende repetir a dose: cai fora. Fecha a aba e VAZA.

Voltando à programação normal: 1) A gente tá sempre disponível pra te ouvir e trocar uma ideia! Só escrever pro busridenoteszine@gmail.com; 2) Temos alguns novos projetos em andamento, e pra dar continuidade nisso, rola nossa campanha contínua no Apoia-se. Imagina que massa seria se cada banda que a gente posta aqui colaborasse com UM real 😍! E 3) Queremos dar espaço pra mais artistas do interior, e também das regiões norte/nordeste/centro-oeste (exceto DF). Se conhecer alguém desses lugares, coloca a gente em contato!
Sem mais delongas, vem comigo!

Articuna – Fazer Virar

Primeiro registro oficial do trio hardcore de Porto Alegre, este single é “sobre correr atrás do que realmente importa pra nós“. Numa sociedade opressora e hipócrita como a nossa, se sentir minimamente feliz ou realizado é cada dia mais difícil – porém, em alguns/muitos contextos, cabe a nós mesmos nos libertar de valores, crenças e hábitos decadentes que não nos fazem sentido.
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Ceano – Atlas

MEUS PEDIDOS FORAM ATENDIDOS <3 Com percepção e abordagem poéticas que são identidade dos campinenses desde sempre, este single fala sobre o hábito de insistir em sentimentos/relações que deveras acabam, sobre estar meio perdido e o receio de não saber o que vem pela frente – e tá tudo bem, estamos todes no mesmo barco! Sigo aguardando ansiosamente o disco novo.
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Clarea – Subtração

MEUS PEDIDOS FORAM ATENDIDOS, pt. 2 <3 Segundo single dos bonitos tá no ar, pavimentando o caminho ao ~emo moderno, sem cair nos clichês do estilo. Poderia ficar uma cota elogiando aqui, mas como não sou influencer, é melhor você ouvir e se apaixonar por conta própria. Clarea me beija!
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xClavaxSudaméfrica

Sucessor do EP de estreia “Declaração de Guerra dos Condenados da Terra” (2021), a rapaziada straight edge carioca está de volta com seu primeiro álbum. Ainda mais brabo, ainda mais raivoso. E também tem um cover de Point of No Return! Deu saudade duma Verdurada.
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coletânea O Rock Não Para no Pará

Esse projeto supermassa e importante traz quatro artistas da nova geração paraense: Cout, Klitores Kaos, Rasec e Os Bandoleiros e a Cigana. Cada qual participa uma música inédita, produzidas por veteranos da cena local – respectivamente Rock na Venta, Sammliz, Elder Effe e Camillo Royale. A compilação foi lançada no último dia 21 de agosto, data comemorativa do Dia Internacional do Rock Paraense.

Der Baum – Far Away

Com nuances de Kate Bush, Tears for Fears e Kid Abelha, o trio paulistano lançou essa balada new wave deliciosa – com um clipão oitentista tecnicolor pra acompanhar. Afasta os móveis e vem dançar!
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EliziaVocê Não Sabe como Eu Me Sinto

Nome expoente da cena belo-horizontina, o quarteto mostra pra que veio com esse novo sonzasso. Explicitando inseguranças, medos, dores mas também fortalezas e coragem, de uma forma crua e honesta. Quero ouvir esse refrão com um coro enorme num festival o mais breve possível.
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Gótia – Armadilha

Mais uma balada do projeto solo de Bruno Guimarães, baterista das bandas Filhos da Besta e Berro Mote. Post-punk e darkwave no pique ultrarromântico pra dançar abraçado com o vinho mais barato possível.
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Inoutside – Dare the Night

“Dare the Night” é o álbum de estreia da girl power trio de Juiz de Fora. Com influência como Paramore, Highly Suspect e Far from Alaska o disco “possui letras que englobam desabafos sobre questões sociais e sentimentos íntimos”. A banda também diz que “o álbum traz nossos posicionamentos frente aos acontecimentos do mundo nos últimos anos, nossas angústias e críticas em relação a isso, reflexões sobre experiências pessoais e até uma história ficcional. Tudo isso, junto, conta um pouco do que somos e do que gostamos de fazer”.
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KILLJOY! – Rejeitado/Apagado

Nada como jovens incansáveis! A gente acabou de falar do EP de estreia deles, e nesse meio tempo já adicionaram um novo vocalista, e lançaram não só um, COMO DOIS SINGLES novos! Que por sinal, estão ainda mais pesados e brutos. Preciso de um mosh desses.
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The Lost Trouble Boys – Liquor Store

O quinteto de Ibitinga, SP se prepara pra lançar o novo EP “Streetlight Fairytales”, e esse é o primeiro single. Mantendo a chama acesa na capital do bordado, esse novo som traz referências garageiras, elementos da era CBGB e um bocado de glam setentista também.
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LOTX – Lost Files

O duo paulistano acaba de lançar seu terceiro EP, “Lost Files”, carregado de influências de boom bap beats, post rock e música eletrônica experimental. O nome descreve literalmente a concepção do EP: as ideias nasceram logo após o lançamento de “Beats ‘n’ Guitars, vol.1” (2017), porém devido a problemas técnicos, elas ficaram inacessíveis por muito tempo. Quando os arquivos foram recuperados, o duo já estava finalizando o EP “Lite Sessions” (2019), daí então decidiram arquivar as faixas, voltando a trabalhar nas composições em 2021.
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Maré Tardia – Surf Punk

Como o próprio título sugere, o trio Vila Velha, ES une elementos do surf punk com uma pegada indie, esbarrando a psicodelia. Bem jovem e refrescante, vide o vídeo abaixo. Este é o single #1 de seu primeiro disco, autointitulado, que sai em outubro pelos selos Forever Vacation Records e Läjä. Segundo as mídias da banda, tem mais músicas pra sair nesse meio tempo, fica de olho!
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Oyster – The Longest Year

Primeiro EP do quarteto de Floripa, recheado de punk melódico atual pra quem curte Not on Tour, Bad Cop Bad Cop e similares. São cinco faixas que, com aquele tom de ironia que a gente adora, abordam temáticas como feminismo, saúde mental e mecanismos de como aguentar o tranco de viver os dias terríveis que temos vivido.
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Entrevistas

Entrevista: Mar de Lobos

Se você acompanha o Bus Ride Notes, provavelmente já conhece Mar de Lobos. A banda de Iperó, interior de São Paulo, participou do primeiro volume da Discografia Caipirópolis (aliás, um grandíssimo obrigado pela confiança em aceitar participar do que, na época, era só uma ideia).

Em fevereiro de 2022 eles lançaram “Divide Essa Dor Comigo”, o primeiro single do seu segundo disco, “Pancada”, lançado em abril. No single a banda já mostrava um pouco da mudança sonora que tiveram no novo álbum.

Conversamos com Mar de Lobos sobre “Pancada”, a história da banda e mais na entrevista que você lê a seguir.

Vocês podem falar um pouco sobre a banda pra quem não conhece?

Olá, somos a banda Mar de Lobos de Iperó, SP. A banda é formada por Pote, Yuri, Kauê e Judy, somos amigos de infância.

Esse ano fazemos nove anos e estamos em turnê de lançamento do nosso segundo álbum “Pancada”. Esse álbum foi produzido por nós no nosso home studio durante a pandemia.

Sonoramente “Pancada” é um pouco diferente dos lançamentos anteriores da banda. Quais foram as influências pro novo disco?

Nesse CD decidimos abrir mais a mente e incluir mais estilos no qual gostamos e de fato nos inspiramos. Tentamos sintetizar o máximo do que escutamos e amamos para criar um som novo e ao mesmo tempo nostálgico.

Dentre esses estilos estão o rap, hip-hop, groove, ska, reggae, grunge, jazz, além, claro, de passar por nossas raízes que são o punk e post-hardcore.

Além disso, ele é uma mistureba maior de sons, como foi o processo de composição?

A nossa forma de composição foi sempre muito natural e livre. Procuramos não colocar regras ou pressão em cima disso.

O “Pancada” em especial, foi lapidado durante a pandemia, tínhamos muito tempo e conseguíamos dar uma atenção maior pra cada detalhe. Inclusive muitas músicas surgiram ou foram terminadas durante esse período.

O improviso também sempre foi nossa brisa, muitas músicas só surgem no flow das ideias. Todos nós compomos, então fica mais fluido e sempre temos algo novo pra apresentar. Somos apaixonados em criar e com certeza essa é uma das partes mais gostosas de se ter uma banda pra gente. Inclusive já temos muitas ideias sendo formuladas para os próximos discos.

“Pancada” não é só o nome do disco novo, é também o nome de uma produtora de shows que vocês fazem parte, certo? Vocês podem falar sobre isso?

O Pancada Produções é um coletivo de artistas que são envolvidos na produção de eventos desde 2013. Em 2020 decidimos trabalhar também com produção fonográfica e audiovisual e abrimos um home studio.

Nesse momento decidimos gravar nosso álbum e aí uma coisa se uniu a outra. No fim, unificamos esse período em nossa vida com esse nome.

E como é a cena em Iperó?

Iperó é uma cidade bem pequena, ainda não há tantos artistas autorais e nem espaços para apresentações. A gente procura produzir e movimentar com eventos e mídia independente.

Desde 2013 estamos realizando eventos, lutando, unindo amigos e juntando forças com artistas da região.

Esse ano ficamos muito felizes pois conseguimos realizar o Pancada Fest, esse evento gerou muitas oportunidades pra comerciantes com a nossa feira livre, expositores e artistas em geral, a cultura em várias linguagens.

Últimas considerações, algum recado?

Ouçam o Pancada, colem nos shows e apoiem a arte autoral e independente, e claro, FORA BOLSONARO.


Selos

Entrevista: Rapadura Records

Rapadura Records é um selo e gravadora independente de São João del Rei, MG, formada em 2017 por amigos que fazem parte de bandas da cidade. Seu cast é composto por artistas que puxam pro indie, punk e garage rock.

Na nossa conversa eu percebi claramente que quem busca de algum modo fomentar a cultura acaba exercendo vários papéis: os integrantes do selo também produzem eventos, são musicistas e divulgam inúmeras bandas. E isso é comum na cena independente.

Como eles mesmos disseram: “os selos podem unir pessoas com interesses semelhantes… então encaramos como um espaço de troca em que os artistas são valorizados e têm maior alcance pra apresentar seu trabalho”.

Confira abaixo nossa entrevista.

Ao fim do texto disponibilizamos uma playlist com as bandas e artistas da Rapadura Records.

Vocês podem falar um pouco sobre o selo pra quem não conhece? Como surgiu a Rapadura Records?

A Rapadura surgiu em 2017 com quatro amigos que são apreciadores e atuantes em bandas de rock autorais independentes. O selo nasceu em uma cidade do interior de Minas, São João del Rei, que já tem um histórico cultural forte, devido ao conservatório e a universidade federal.

Contamos com a ajuda inicial de amigos mais experientes (sempre citamos e agradecemos o Loot e o B) pra começarmos a produção dos eventos, também em 2017, e a gravação e distribuição dos artistas do selo. Já trouxemos várias bandas de São Paulo, Belo Horizonte e outras cidades do interior mineiros e até de Brasília. Temos um cast com dez artistas e dezenas de músicas nos streamings.

A gente tem uma visão muito punk sobre música, então valorizamos o DIY e sempre fizemos tudo na raça. Hoje somos três (Igor, Juliana e Vinícius) e seguimos tentando fazer o nosso melhor pela cultura da cidade e pelas bandas autorais.

Temos um post no site com uma trajetória mais detalhada pra quem se interessar.

Vocês podem falar sobre as bandas do selo num geral? Como foi se formando o cast ou o que faz um artista entrar pra Rapadura Records?

As bandas são de rock independente e a maioria é daqui de São João, mas atualmente acolhemos bandas de Belo Horizonte e do Rio de Janeiro também.

O cast se formou como um modo de colaborar e ajudar artistas independentes que se interessaram, divulgando material, fazendo a ponte com os streamings e produzindo shows.

Temos um posicionamento político bem claro também, então as bandas são todas anti Bolsonaro, contra LGBTfobia, machismo e racismo.

Como vocês enxergam o papel das gravadoras e selos independentes hoje em dia?

Hoje em dia o acesso a meios de gravação e lançamentos ficaram muito facilitados pela internet, o que torna o meio musical muito mais acessível.

Os selos podem unir pessoas com interesses semelhantes, facilitar a troca de informações sobre as gravações caseiras ou ainda possibilitar distribuições de mídias físicas, então encaramos como um espaço de troca em que os artistas são valorizados e têm maior alcance pra apresentar seu trabalho.

Além do selo, vocês também produzem eventos, certo? Vocês podem falar um pouco sobre isso?

Começamos a produção em paralelo ao selo, como um braço do que a gente pode fazer pelos artistas. Contamos com ajuda do Loot no começo e conseguimos ocupar muitas noites sanjoanenses durante esses cinco anos de existência.

Estamos voltando com a produção agora e nosso evento de retorno vai contar com Jair Naves, Fábio de Carvalho e a nossa Remédio Sem Causa. Estamos gestando um festival com as bandas do selo também, pra acontecer em breve.

A gente sempre se esforça pra fazer dos nossos eventos espaços acolhedores para todos os públicos e estamos sempre de olho pra evitar qualquer constrangimento, machismo ou LGBTfobia, porque a cena independente também é sobre acolhimento e possibilidades pra todes.

Pensando no mundo antes do Covid, como é a cena na região de São João del Rei?

São João sempre teve uma presença cultural forte, seja pelo samba ou MPB, pelas orquestras centenárias ou pelo rock. O pessoal brinca que aqui você balança uma árvore e cai um músico.

Tínhamos alguns bares voltados mais pro público do rock antes da pandemia, que agora estão reabrindo, mas as bandas autorais sempre fizeram seus corres independente disso. Os meninos da Remédio Sem Causa já tocaram no porão da casa do Vinícius (baixista) quando estavam começando e já fizemos rolê em república também, então espaços alternativos e bandas sempre existiram por aqui.

Recentemente fizeram até um mini documentário sobre a cena mais antiga e muitos dos que tocavam nos anos 80 ainda tocam, agora ao lado de uma geração de bandas que renovou o rock da cidade.

Vocês têm um blog que fala sobre artistas além dos que têm um vínculo com o selo. E a página do Instagram segue a mesma linha. Como surgiu isso?

O site surgiu em 2020, início da pandemia, quando percebemos que os shows não estariam de volta tão cedo, mas queríamos achar um jeito de manter nossas atividades e profissionalismo.

O site também é um veículo pra concentrar o material das bandas e incentivar as pessoas a, se vierem por um artista específico, conhecerem o restante do cast.

O Instagram veio antes, mas sempre atualizamos ambos com notícias das bandas, lançamentos, shows e algumas resenhas.

Últimas considerações? Algum recado?

Queremos agradecer muito ao espaço que vocês deram pra gente, pra falar um pouco sobre o selo e sobre nossos ideais. Acho que o principal recado desse ano é: votem com consciência e continuem se cuidando.