Bus Ride Notes
Lançamentos

VEIO AÍ – Lançamentos de Janeiro

Se janeiro continua sendo o pior dos meses não sei, mas o de 2023 durou 57 dias, porém enfim acabou [entendedores entenderão]. Piadas à parte, depois de todo semestre que foi o último mês, seguimos firmes e fortes [há controvérsias]! Sem muito a acrescentar, vamos ao que interessa.

Mas não antes lembrar que: 1) A gente tá sempre disponível pra bater um papo! É só dar ideia pelas redes sociais: Twitter e Instagram, ou escrever pro busridenoteszine@gmail.com. 2) Coloque seu material em TODAS as plataformas! Disponibilize informações básicas em TODAS as redes sociais! Deixamos de publicar muitos materiais aqui por não encontrá-las. Sério mesmo. E 3) Queremos MUITO dar espaço pra mais artistas do interior, e também das regiões norte, nordeste e centro-oeste (exceto DF). Conhece alguém desses lugares? Manda pra nóix!

ÀIYÉ – Onda

Após “EXU (Tenho Fome)” [2022], Larissa Conforto lança o segundo single do seu próximo disco, que tem previsão de lançamento ainda pra 2023. É um samba-dub que demonstra complexidades e a capacidade única de costurar influências diversas da multi-instrumentista carioca.
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Chuva Negra – Bye Bye Señor Limpio

Primeiro lançamento da banda paulistana de hardcore melódico desde o single “C’est la Vie” (2019). Este single faz parte de seu terceiro álbum, “SURF”, que em breve tá na pista!
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chvvv – chuva

EP de estreia dos paulistanos (leia “chuva” – e não confundir com Chuva, projeto solo de Lucas Vasconcelos, do Umnavio). Nas palavras da própria banda, “com conceitos minimalistas, e fortemente influenciada pelo post rock, a chvvv entrega o que seu nome sugere: a sutileza das gotas dançando ao ar, e o choque da realidade recobrada de uma tempestade”.
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DannaH Project – Corpo Fechado

O novo single da banda metal-stoner-prog de Belo Horizonte, MG, dá o primeiro tom do que virá em seu próximo disco, que está previsto para ser lançado em breve.
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Eu Jonatha Mermo – Dois (part. Frida Abraão)

Em 2020, Jonatha Carvalho, músico e produtor de Floriano, PI, deu início ao projeto “27 Músicas”, que pretende formar conexões com um artista de cada estado do Brasil. “Dois” tem a participação de Frida Abraão, multiartista piauiense, e é a quarta faixa do projeto a ser lançada.
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Fuck Youth – Rosa

Após uma série de singles lançados ao longo de 2022, a banda de garage punk do Rio de Janeiro acaba de lançar o duplo “Rosa”, que é composto pelas faixas “Acontece Muito” e “Godard”.
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Gali Galó – Gali Galó

Percursore do queernejo, Gali Galó lança seu álbum de estreia. Produzido por Mônica Agena, o disco também tem influência do indie rock devido à carreira de Gali na cena de São Paulo. “Gravar esse disco demorou cinco anos. Finalmente acredito que chegamos num lugar que tem a minha cara: sofrência com diversão. Eu e Mônica fizemos questão de reunir uma equipe que, metade dialoga com o sertanejo, e a outra metade com o indie rock”. Indie folk? Temos. Gali lançou também um mini documentário em forma de road movie detalhando o processo de composição do álbum.
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Garrafa Vazia – Sensoriais

Os punk rockers de Rio Claro, SP lançam seu novo material. O EP marca a estreia da nova formação e uma mudança na sonoridade, agora com um tom mais sério e introspectivo. Lançamento da Red Star Recordings.
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KILLJOY! – Armadilha

Os incansáveis hardcore punks de Guaratinguetá, interior de SP, voltam com mais um single, dando sequência ao seu material de estreia (EP “Arte do Caos” e o single duplo “Rejeitado/ Apagado”, ambos do ano passado). Segundo eles, “Armadilha” é “um desabafo sobre entender que a única coisa que podemos controlar é quem nós somos de verdade”.
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Moscolês – 3010

Com menos de um ano do lançamento do disco “Frenesi”, os brasilienses estão de volta com um single instrumental superdançante, pronto pra animar qualquer pista!
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Patada – Fogo, Gasolina

EP de estreia do novo quarteto de Curitiba. Composto por metade da já conhecida As Jaguatiricas, Patada toca um “garage punk quente e raivoso com guitarras selvagens e gritaria frenética”. Lançamento pela incansável Zoom Discos.
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Querida, Faça as Malas! – Filler

Primeiro single da banda formada por Luke Mello, Miguel Manfredo e Lucas Pires. Têm influências de skacore ou ska-punk (a terceira onda), como Mustard Plug e Goldfinger. Com instrumental animado e letra triste característicos do ska, “Filler” diz que a vida é uma grande “encheção de linguiça” e perda de tempo, tocando em questões como depressão e ansiedade. Contando com a participação de Felippe Pipeta e Léo Santiago tocando trompete e trombone, respectivamente, a faixa foi produzida pela própria banda e fará parte do seu disco de estreia, “Eu Não Aguento Mais”, que será lançado em fevereiro pela Big Cry Records.
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Rolimã – Não Quero que a Noite Acabe

O single de estreia do quarteto emo de Águas de Lindoia, SP foi produzido pela própria banda e fará parte do seu primeiro EP, “Retalho”, previsto para março. O material foi gravado de forma totalmente analógica no ForestLAB, pelo lendário Lisciel Franco. O clipe da música é composto por imagens do processo de gravação e também da viagem até o Rio de Janeiro, sendo uma espécie de road movie caseiro da aventura da banda por terras cariocas.
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Sara Não Tem Nome – A Situação

O novo álbum de Sara Não Tem Nome nasceu da inquietação da artista diante aos recentes movimentos políticos brasileiros. “Ele começou com a música ‘Déjà Vu’, que fiz na época do impeachment da Dilma e fala sobre como eu me senti com a situação que passamos, de abrir um precedente de um retorno ao passado não tão distante do Brasil de censura, autoritarismo e violência”. Uma das referências estéticas do disco é a videoarte de Geraldo Anhaia Mello, também chamada “A Situação” (1978), um plano sequência no qual ele bebe uma garrafa inteira de cachaça enquanto repete a frase “a situação social-política-econômica-cultural brasileira“. “Durante o vídeo, ele vai tomando a cachaça repetindo essas palavras até que fica completamente bêbado. Eu quis trazer essa referência, pois estava me sentindo dessa maneira: em crise, desiludida, e temerosa. Daí, no decorrer desses anos, criei as outras músicas relacionadas aos eventos que aconteceram na sociedade brasileira”.
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Signo 13 – Retrato Ainda

Primeiro single do novo álbum da banda de post-punk/synthwave do Distrito Federal, “Augurios”. O disco sai no segundo semestre, mas prometem liberar outras faixas daqui pra lá.
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terraplana – conversas

Cinco anos após seu EP de estreia, “ex​í​lio”, a banda curitibana disponibilizou o primeiro single do seu primeiro álbum cheio, “olhar pra trás”, com lançamento marcado para março, via Balaclava Records.
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Entrevistas / Selos

Entrevista: Jacau

Com início em 2014 Jacau escolheu o hardcore crossover para transmitir suas letras de protesto.

Seu novo EP, “Tropical Nazismo” (2021), é “puro ódio contra o governo genocida que ainda perdura pós golpe” e foi lançado com apoio de 20 selos do Brasil afora e de outros países. Em 2022 a banda fez uma turnê passando por 14 estados.

Dá pra ver que Jacau é bem ativa, e junto do selo TOCAIA, que alguns de seus integrantes fazem parte, eles ajudam a movimentar a cena de Itabuna, BA.

Atualmente eles se preparam pra lançar dois singles e clipes e começar a pós-produção do seu próximo álbum, com lançamento previsto ainda pra 2023.

Hoje Jacau é formada por Jone (vocal, guitarra), Mike (baixo), Tinho e Ary Júnior (bateria).

Conversamos com Jone sobre a história da banda e mais na entrevista que você lê a seguir.

Vocês podem falar um pouco sobre a banda pra quem não conhece?

Somos uma banda de hardcore crossover de Itabuna, BA. Desde a nossa formação já nos apresentamos em vários estados do país. Também já lançamos três álbuns de estúdio, dois EPs, dois splits e participamos de várias coletâneas. Lançamos o material da banda em formato de CD, fita k7 e vinil.

Sonoramente “Tropical Nazismo” puxa mais pro metal, enquanto os discos anteriores tinham um pé mais no hardcore (nem todo mundo vai concordar comigo). Isso foi proposital? Como foi o processo de composição do disco?

Na realidade nossos álbuns sempre tiveram essa mistura porque sempre nos preocupamos com a letra. A música pode vir mais para metal, crossover, hardcore… Mas o “Tropical Nazismo” ficou muito evidente o lado do metal.

O disco foi criado na pandemia, tivemos que nos adaptar a fazer as músicas a distância, e queríamos escrever sobre esse momento que vivíamos de forma mais acentuada. Conforme as musicas foram surgindo esse som ficou bem evidente.

Em 2022 vocês também fizeram uma turnê enorme (pros parâmetros de bandas independentes) por várias regiões do país. Como foi a organização de tudo isso? E como foi a turnê? Rolou tranquila ou teve muito perrengue?

Realmente, conseguimos passar por 14 estados, tocando em 14 capitais e várias cidades. Em novembro de 2022 a banda teve que cancelar outra tour que passaria por Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande Do Sul que vai ser alocada ainda em 2023.

A organização foi bem tranquila, conhecemos uma turma muito boa dentro do underground e conseguimos viabilizar esses shows. Ficamos bastante contentes que a galera sempre nos convida, o que facilita toda a logística. A tour rolou tranquila até demais!

Não passamos nenhum perrengue, muito pelo contrário, sempre bem recebidos pela galera que estava organizando e pelas as bandas que tocamos juntos. Na real a gente conhece praticamente todo o pessoal que organiza as datas, aí facilita muito, pois a banda tem um lado de levar a mensagem, depois o som.

Vocês já tinham feito uma turnê fora da região onde vocês moram?

Já sim, fizemos outras tours em outras regiões. Moramos no Sul da Bahia, cidade de Itabuna.

Vocês podem falar um pouco sobre a coletânea “Nordeste em Chamas”? Além de participar com a Jacau, alguns membros da banda também ajudaram a organizar ela, não é?

Isso, nós temos um selo e produtora chamado TOCAIA, onde lançamos todo material da Jacau e de outras bandas também, assim como realizamos eventos na Bahia.

A coletânea “Nordeste em Chamas” saiu em dois volumes. O primeiro com 101 bandas e o segundo com 105, um total de 206 bandas do Nordeste com representantes de todos os estados. Acredito que em 2023 saia o volume 3.

Conversar com esse tanto de bandas requer um bom tempo. Ambos volumes foram lançados em formato físico durante a pandemia, saindo inclusive em CD. Teve uma grande repercussão no Brasil e América Latina toda. Foi muito bom que o Brasil pode ver o volume imenso de bandas no Nordeste.

E falando nisso, como é a cena na região de Itabuna e do sul da Bahia?

A cena é muito boa, muitas bandas compondo e lançando material, fazendo clipes. Vários eventos sendo realizados, o que ajuda bastante na cena da Bahia.

Últimas considerações, algum recado?

Obrigado pelo espaço e obrigado a quem ler essa matéria também. Estamos à disposição sempre, quem puder, é só nos procurar nas redes sociais.


Lançamentos

VEIO AÍ – Lançamentos de Dezembro

Recesso, ceias, atrasos, travessias, ataques terroristas e readaptações de rotina depois, estamos de volta com sua coluna preferida de toda a interwebs ✨ feliz 2023! E olha, saiu coisa massa demais. Inclusive, compilamos TUDO que foi publicado na Veio Aí em 2022 (e mais) em forma de playlist (nem gostamos né?), que você pode ouvir no Spotify ou no Deezer. Nunca é tarde pra descobrir sua nova música do coração.

Pra não esquecer, aquele papo reto: 1) A gente tá disponível pra te ouvir e trocar uma ideia! É só mandar mensagem pro busridenoteszine@gmail.com, e os links das nossas redes sociais estão aqui ao lado também. 2) Coloque seu material em TODAS as plataformas! Disponibilize informações em TODAS as redes sociais! Deixamos de publicar muitos materiais aqui por não encontrá-los. Sério mesmo. E 3) Queremos MUITO dar espaço pra mais artistas do interior, e também das regiões norte, nordeste e centro-oeste (exceto DF). Conhece alguém desses lugares? Manda pra nóix!

Começou, let’s goooooooooo 😎

Bile BileBile Bile

Mais um supergrupo do underground! Formada por Amanda Hawk (Ostra Brains), Victor Stephan (Os Estudantes) e Nobru (Cabeça, Planet Hemp), os cariocas lançam seu primeiro EP “com guitarra serra elétrica, tecladinho, letras bilíngues, latidos e tudo mais”. Lançamento da Zoom Discos.
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Blizterin’ Sun – collective.suicide

Três anos após seu primeiro EP, “Target”, o duo de stoner garage de Juiz de Fora, MG, lançou “collective.suicide”. O novo EP contém cinco músicas, incluindo os singles “nameless.song” (que ganhou clipe) e “balcony”. Lançamento do Na Beira do Palco.
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Dress the Wounds – Battles Within

“Battles Within” é o primeiro EP da banda de São Paulo. Com letras sobre problemas emocionais, sentimentos de não pertencimento, anti-religião organizada e anticultura de rodeio, vaquejadas, e afins, Dress the Wounds mostra que a influência do hardcore punk não está apenas no som. Na sua página do Instagram, a banda disponibilizou as letras das músicas e fala um pouco sobre cada uma.
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Duo Imã – Tabernáculo

Formado pelos irmãos Lucas Bardo e Amanda Rocha (La Burca), o duo de Araraquara, SP teve início em 2020. Eles moravam juntos e, durante a pandemia, enclausurados e angustiados, depositaram suas preces na música e na arte. “Tabernáculo” é seu single de estreia e foi uma das primeiras composições do duo de teclado e baixo.
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Finis Hominis – Lorem Ipsum

Primeiro single da banda paulistana de sludge metal. “Lorem Ipsum” tem a letra em latim, baseada em obra do filósofo Cícero, composta em 45 A.C. O single fará parte do EP de estréia, “Sordidum Est”, com lançamento previsto pra 2023. Lançamento da Abraxas.
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.fløw project – Drømmedør

.fløw project é o projeto solo de downtempo e cinematic ambient de André Barroso (produtor e compositor de Fortaleza, CE) que une música e audiovisual, buscando proporcionar o máximo de sensações ao ouvinte. Ex membro das bandas de doom e dark metal Lacryma Sanguine e Tenebra, André usou essas influências em seu novo single. “Drømmedør” significa “porta dos sonhos” em norueguês. O som melancólico explora sentimentos profundos, com atmosfera densa, focada em temas delicados como doenças mentais.
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Nauzen – Desafeto

Terceiro EP do duo de noise, shoegaze e/ou “sinta-se à vontade pra definir como quiser” de Pouso Alegre, MG. Marcando o lançamento de “Desafeto”, em dezembro Nauzen se juntou ao duo Crasso Sinestésico (que recentemente lançou um disco ao vivo) na tour Krauzen, por Minas Gerais.
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PUNHAL – Guerra de Classes

A banda carioca de hardcore lançou single com duas músicas, “A Guerra de Classes Deve Prevalecer!” e “La Tarantella della Famiglia Mafiosa Brasiliana”. A primeira faixa foi escrita especialmente para a coletânea “Punkadaria Antifascista volume 3” e, segundo a banda, “descreve um futuro distópico, em que a ascensão do fascismo trouxe miséria e violência para o povo. Qual a saída para essa tragédia? ‘Só a guerra de classes vai nos libertar'”. A segunda faixa conta a história de uma família que há tempos está “metida com umas coisas erradas…”. Lançamento da Electric Funeral Records.
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Saginata – PRUMO

“PRUMO” é o novo EP da banda de Juiz de Fora, MG e o primeiro lançamento após seu álbum de estreia, “Mal Resolvido” (2020). Produzido e gravado pelos próprios membros, “ao mesmo tempo que reverbera a sonoridade característica do conjunto, ‘PRUMO’ floresce e se movimenta como uma nova raiz, buscando sempre por mais caminhos, mas sem o peso do desvinculo”.
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We Are the Resistance – We Are the Resistance

Dois anos após ter lançado seu último single, “Catabase/Myopia”, e anunciado hiato indefinitivo, o quarteto post-hc do DF retorna com um EP homônimo. “We Are the Resistance” tem duas faixas, “The Path” que, segundo a banda, “fala sobre um sistema no qual não escolhemos viver, mas através de pequenas revoluções diárias e coletivas é possível mais que sobreviver e fazer a jornada valer a pena” e “The Last Song”, “um conjunto de pensamentos entre duas pessoas“.
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Lançamentos

VEIO AÍ – Lançamentos de Novembro, pt. 2

Não sei você, mas pra mim o ano acabou no fim de semana passado – toquei pela primeira vez num festival grande, ao lado de Crime Caqui e Dominatrix (pensa num groupie feliz!). E ali ficaram minhas forças. De lá pra cá, tô só existindo. Meramente um conceito. Entro em recesso essa semana e volto antes do que gostaria, mas não sem antes trazer esta segunda parte. Cogitamos fazer uma lista de melhores (e piores) do ano, mas isso já tem aos montes por aí. Vamos focar nos lançamentos mesmo.

Antes de partir, aquele papinho de sempre: 1) A gente tá disponível pra te ouvir e trocar uma ideia! Só escrever pro busridenoteszine@gmail.com, e os links das nossas redes sociais estão aqui ao lado também. 2) Coloque seu material em TODAS as plataformas! Disponibilize informações em TODAS as redes sociais! Deixamos de publicar alguns materiais aqui por não encontrá-los. 3) Queremos MUITO dar espaço pra mais artistas do interior, e também das regiões norte, nordeste e centro-oeste (exceto DF). Conhecer alguém desses lugares? Manda pra nóix!

Último do ano, VAMOOOO!

Anversa! – Existir

Primeiro EP da banda de São José dos Campos, SP. Ele começa com “Independência da Ignorância”, poesia de Minhocão Underground, “que aborda a distopia em que vivemos com a inversão dos valores pessoais para os valores do neofascismo brasileiro”; e segue com hardcore e letras sobre as relações cotidianas, espiritualidade e críticas ao sistema opressor em que vivemos. “Existir” também conta com as participações de Bonzo (Apto Vulgar), Diegão (QI a Menos), Aninha Ramone (Corujas de Gotham) e Davi Oliveira. Lançamento da Bangue Records.
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Bonnie Fighters – Armadilha

Após seu EP de estreia, “Madeira” (2020), a banda paulistana tem lançado vários singles e “Armadilha” é o mais recente. Bonnie Fighters tem principal influência em bandas dos anos 90 e 2000, citando Hellacopters, Faith no More, Smashing Pumpkins e Alice in Chains.
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Cardiac – Rosa Parks

Segundo single da banda de Campinas, SP desde o disco “Equilíbrio” (2018). Como o próprio título sugere, é uma homenagem à ativista pelos direitos civis em defesa da igualdade racial dos Estados Unidos, ativa principalmente nas décadas de 50 e 60.
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coletânea Punkadaria Antifascista, volume 3

A incansável Punkadaria Antifascista chega com o terceiro volume, reunindo 28 bandas de hardcore, punk, crust e gêneros semelhantes que têm em suas letras claro posicionamento antifascista e anti-conservadorismo.
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Crush All Tyranny – Neomassacre

Após os EPs “Crush All Tyranny” (2020) e “Amerikkka” (2021), a banda paulistana de crust punk lança seu álbum de estreia. Em suas letras, “Neomassacre”, “reune uma série de temas recorrentes em nossa sociedade, como violência de gênero e militar, manipulação do capitalismo e transtornos psicológicos”.
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Decurso Drama – Disfarce

A banda de Florianópolis, SC lança seu terceiro álbum. Com influências de Seaweed, Quicksand e Jawbreaker, entre outros sons dos anos 90, o disco foi gravado entre julho e setembro de 2022 e produzido pelo baixista Guto Fernandes.
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Frogslake – Take Me Out

Influenciados principalmente pelo grunge, o quarteto carioca apresenta seu primeiro álbum após uma série de singles lançados de 2019 pra cá. Lançamento da Dinamite Records.
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illinoise – Bad Vibes Only

A recém formada (em 2022 mesmo) banda paulistana lançou seu single de estreia, que é o puro suco do emo 2000. Desde a letra até o lyric video, illinoise apresenta bem suas influências com “Bad Vibes Only”.
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Judy and the Outsiders – Nothing to Do

Segundo single do power trio punk-garage-riot-grrrl do Rio de Janeiro. “Nothing to Do” chega após “‎Fucking Anarchist” e ambos estarão no próximo lançamento da banda.
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Ladrine – Intacta

Com um conteúdo mais politizado embalado numa sonoridade mais intensa e pesada, o quarteto de Brazlândia, DF coloca o dedo na ferida pra “conseguir ser um megafone ainda mais potente e catapultar isso [sua arte] pra mais longe, trazendo incômodo“.
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lōtico – Ressonância

Single de estreia da banda paulistana de post-metal. Formada por membros das nossas amadas Gulabi e De Carne e Flor, tem influências como ISIS, Cult of Luna e Cloakroom. Em quase 7 minutos, esboçam paisagens ora turbulentas, ora de aparente calmaria, refletindo a inquietude conceituada pelo próprio nome da banda: lótico significa o que é composto por – ou está inserido em – águas movimentadas.
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Marinheiro Porre – Carne

O novo single da banda de rock aquático de Parnamirim, RN, é na verdade a primeira composição do grupo. “Escrita em 2017, ela foi a primeira composição feita na banda, sendo responsável por unir e dar liga ao trio porre. Foram alguns anos marinando ‘Carne'”. Lançamento da Nightbird Records.
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meu quarto é vazio – aqui dentro / c&r&c

meu quarto é vazio é o projeto solo de Matheus Tomaz, artista de São Paulo que usa referências de emo, post hardcore e shoegaze. “aqui dentro / c&r&c” é o primeiro single desde seu primeiro álbum, homônimo (2021). Lançamento da Delírio Produções.
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No More Lights – Invisible Heart

Após seu EP de estreia, “About Us” (2019), e alguns singles no meio do caminho, a banda curitibana retorna com seu primeiro álbum. Com influências do pop punk do começo dos anos 2000, o disco é uma boa pedida pra quem curte emocore raiz.
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Ousel – Yellow Wallpaper

Primeiro lançamento inédito da banda de Goiânia, GO desde o homônimo primeiro álbum (2020). “Yellow Wallpaper” conta com três faixas influenciadas principalmente pelo dream pop e post rock.
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Outspeak – Wicked Friend

A jovem banda de Fortaleza, CE lança seu EP de estreia. “Wicked Friend” tem influências de várias vertentes do rock alternativo e letras que abordam, entre outros assuntos, autossabotagem e sentimentos de incapacidade e agonia.
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Punkzilla! – Consciência

“Consciência” é o segundo álbum da banda de Porto Alegre, RS. O disco, que conta com músicas compostas em diferentes fases da banda, aborda temas sérios, sem abrir mão de críticas bem humoradas.
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Xavosa – In Dubio

Nosso terceiro e último single (do ano), é uma colagem de situações e falas verídicas vivenciadas por mulheres, vítimas ou até mesmo advogadas, em âmbito judiciário. Onde devia-se encontrar amparo, também é encontrado o machismo adverso. Como “Fogueira” e “Eleva“, é também um lançamento da Motal Sounds.
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Entrevistas

Entrevista: La Burca

La Burca nasceu como duo em 2011. Com essa formação, a banda que se intitulava post-punk tropical folk lançou dois álbuns, “La Burca” (2013) e “Kurious Eyes” (2016).

Amanda Rocha é quem compõe as músicas da banda e suas letras falam sobre “feminismo, amor entre mulheres, bandeiras fadadas a caírem, olhares tortos/curiosos e mentes selvagens”.

Em 2019 viraram power trio e em 2021 lançaram o disco “Desaforo – Volume I” com a nova formação e sonoridade mais puxada pro punk rock.

O primeiro single, lançado antes do disco, “Desaforo”, é uma música instrumental que diz mais do que a grande maioria das músicas com letras que eu já ouvi na vida. Se você acompanha o site, já me viu dizer que acho incrível quando as pessoas conseguem se expressar bem em uma curta letra de música, aqui La Burca se expresa muito bem em uma faixa instrumental.

Creio que não foi essa a origem do termo manifestos sonoros, que a banda usa pra se referir ao álbum, mas certamente, é um bom exemplo dele.

Hoje La Burca é Amanda Rocha (voz, violão e guitarra), Daniel Guedes (guitarra) e Roberto Schiavon (bateria).

Conversamos com Amanda sobre a história da banda, o novo álbum e seus próximos passos na entrevista que você lê a seguir.

Vocês podem falar um pouco sobre a banda pra quem não conhece?

La Burca nasceu de uma necessidade em me expressar plenamente, artisticamente e musicalmente, e de romper com a heteronormatividade. Foi a minha libertação.

Começamos em 2011 como um duo de violão elétrico e bateria em Bauru, SP. Lançamos dois discos com essa formação, “La Burca” (2013) e “Kurious Eyes” (2016), sempre no esquema independente, pelo nosso selo !punklorecords!.

“Desaforo – Volume I” marcou algumas mudanças na banda, uma delas é a estreia em estúdio da nova formação. Como ocorreu essa mudança de duo para power trio? Isso interferiu no processo de composição?

Em 2019 nós mudamos a formação, entrou um novo baterista (Ed Paolow, que ficou de 2019 a 2022) e o Daniel Guedes na segunda guitarra. Era algo que eu já vinha pensando: ser um trio de duas guitarras e bateria. Em “Kurious Eyes” há participação de outros guitarristas em três músicas, “Goos”, “She Thrills” e “HHH”.

Essa mudança não interferiu em nada, só somou. Creio que foi algo natural e fez muito bem à banda. O Guedes consegue captar o que a música pede e tem um background post punk e noise que a banda precisava. Ele fez toda a linha de guitarra dele em plena quarentena da Covid. Ficamos sem nos ver durante a gravação, só nos falávamos pelo Whatsapp porque ele estava trancafiado.

No estúdio ficamos apenas eu, o baterista da época e Lucas Bardo, meu irmão, no teclado (ele tocou em “Aldeia” e “Best Worst”). Depois disso mixamos o som. Foram meses de mixagem até conseguirmos finalizar com o Guilherme Radchild.

“Desaforo – I” tem quase todas as letras em português, diferente dos lançamentos anteriores. De onde surgiu essa escolha?

Eu vinha de algumas apresentações no vocal com as Mercenárias e isso acabou me influenciando bastante.

Eu já tinha uns sons em português, como “Aldeia”, então deixei fluir e experimentar a minha voz. Foi libertador também, mas não é uma regra.

O disco é descrito como manifestos sonoros, vocês podem falar um pouco sobre o que são manifestos sonoros?

Acredito que tudo o que a banda faz é um tipo de manifesto, seja anti LGBTfobia, anti assédio sobre minorias, mulheres, enfim.

Por exemplo, “Desaforo” é um som instrumental anti assédio. Há um assovio na música, e logo depois, uma batida na caixa da bateria como se fosse um tapa na cara do machismo. Tem essa narrativa sonora que conta uma história sobre perseguição e opressão que sofremos por sermos mulheres.

Assim como em “Mato Sem Cachorro” verso contra a lesbofobia e mortes dos nossos, extermínio ainda mais deliberado nesse último governo fascista.

Depois tem “Aldeia” (sobre minorias indígenas e natureza), “Die Angels” (sobre questões de abuso infantil e de relacionamentos), “Planeta” (sobre corrupção)… enxergo como um manifesto natural, precisava por pra fora. E são músicas novas e antigas que se comunicam.

Podemos esperar o “Desaforo – Volume II” em breve?

Estava previsto pra esse ano, mas deu preguicinha (risos), ficou pra 2023. Vamos lançar dois singles antes dele, creio que em janeiro de 2023. São duas músicas que ficaram de fora de “Desaforo I” e fazem a ponte pro “Desaforo II”.

No momento estamos divulgando a coletânea nacional de post punk “A Divina Tragédia – Purgatório” que saiu em vinil. Participamos com a música acústica “Die Angels” e faremos o lançamento no dia 10 de dezembro em Araraquara, no Uivo Fest, ao lado de Hellside, Cáustico e Sol da Meia Noite. Um evento com mulheres e travestis daqui e região.

Também estamos com nova formação agora, o baterista Roberto Schiavon estreia nesse show em dezembro.

Alguns integrantes da banda são bem ativos na cena da região, tanto se apresentando, quanto na organização de shows. Como é a cena na região de Araraquara?

Eu costumo fazer uns fests volta e meia, senão eu não toco. Interior é mais na raça mesmo, são poucos espaços pra shows e etc.

Em Araraquara as coisas estão voltando a rolar, tem uma cena forte entre as bandas de hardcore e metal, mas faltam mulheres, falta incentivo… Aqui é só La Burca e Hellside (banda do final dos anos 80, da guitarrista Flavinha Antunes) com minas à frente. E tem um projeto massa de travestis rolando, Sol da Meia Noite, e a galera da Travada, um coletivo bem atuante.

Araraquara é uma cidade que acolhe e incentiva LGBTs, tem política pública aplicada mesmo. Liniker é daqui, né. Há uma cena muito diversa, com bandas instrumentais, jazz, chorinho, MPB…

Já em São Carlos [cerca de 45 km de Araraquara] o rolê é bem legal, com linguagens mais underground, uma cultura mais D.I.Y., são cenas bem diferentes que se complementam.

Últimas considerações, algum recado?

Seja sincera, faça você mesma e não prejudique ninguém. As cenas se fortalecem com originalidade, potência criativa e vivência, não com mediocridade, rasteira e mentiras. Infelizmente ainda há posers que se infiltram atrás de grana e status no underground. O lance é sempre saber discernir e boicotar parasitas. Não estamos livres deles, ainda mais em tempos tão distópicos.

Eu acredito em pequenas redes de apoio, em zines, em xerox, em discos de vinil, e em palcos sujos e potentes onde possamos ser nós mesmas.

Ah, e estamos com agenda aberta pra 2023, chama noise!

A discografia de La Burca está disponível no Bandcamp e nas redes de stream, e para adquirir uma cópia do vinil “A Divina Tragédia – Purgatório”, é só entrar em contato com a banda pelas redes sociais.