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Entrevistas

Entrevista: Black Witch

Formada em 2015 em Mossoró, RN e hoje composta por Lorena Rocha, Rafaum Costa, Thassio Martins e Fred Nunes, Black Witch se autodenomina uma banda de bong rock.

Em 2021 eles lançaram os EPs “The Spiral I” e “The Spiral II”, em março de 2022 o “Live Bong Songs” e vem mais material inédito na coletânea Elefante Core.

Conversamos com a banda sobre a sua história, a cena no Rio Grande do Norte e mais.

Vocês podem falar um pouco sobre a banda pra quem não conhece?

A banda começou em 2015, quando a Lorena decidiu montar sua primeira banda, e aí o Rafaum começou a esboçar os primeiros riffs pra iniciar os trabalhos da banda. Chamaram pra ocasião o Fred Nunes pra bateria, Jorge Luis pro baixo, e como Rafaum tinha um estúdio, começaram a ensaiar pra dar luz ao primeiro trabalho, o “Aware”, que gerou uma boa repercussão e bastante shows em Mossoró e região e até saimos na revista européia Metal Hammer, doideira!

A banda se descreve como “bong rock”, mas o que é o “bong rock”?

Bong rock, aquele som chapado, feito por quem admira um bong e a marijuana, meio que nossas músicas seguem sempre um balanço lento, pra bater cabeça de forma lenta, de forma inconsciente, mas sempre naquela pegada.

Também não concordamos com o conservadorismo presente no meio rock/metal, para isso, achamos interessante criar nossa vertente para não sermos confundidos com toda essa merda conservadora e reaça que rola atualmente.

Vocês lançaram dois EPs em 2021, “The Spiral I” em julho e “The Spiral II” em setembro. Por que vocês decidiram lançar dois EPs em datas próximas ao invés de um disco cheio?

Na real, estávamos com o disco pronto, no caso as composições, mas fomos contemplados com dois editais para trabalhos curtos e aí tivemos como solução dividir o disco em dois EPs, pra fazer de forma mais calma (nem foi calmo, haha). Decidimos lançar dividido e criamos essa viagem.

Falando em lançamento, em março vocês soltaram um EP ao vivo, “Live Bong Songs”, gravado em Florianópolis, SC durante uma turnê da banda. Vocês podem falar sobre ele e sobre a tour? Vocês tocavam bastante fora de Mossoró antes da pandemia?

Esse “Live Bong Songs”, foi captado na nossa tour de 2016 pelo Sudeste e Sul, e o grande amigo Murai, que nos acompanhou na tour, captou tudo em multipista e mixou, nos mandou e caiu no esquecimento. No meio da pandemia, achamos esses arquivos e nada melhor que soltar no mundo um pouco do que somos ao vivo.

Nessa tour tocamos no Rio de Janeiro, umas três datas em São Paulo, descemos pra Florianópolis, Rio do Sul e Joinville em SC e Curitiba, PR. Quando voltamos fizemos um show fantástico no grandioso Festival DOSOL em Natal, foi mágico!

Sempre tocamos muito aqui pelos interiores e pelo Nordeste, mas veio pandemia, filhos e tivemos que ficar saindo da cidade de forma mais tímida.

E vocês vão participar da coletânea Elefante Core com material inédito também, né? Vocês podem falar sobre isso?

Estamos muito felizes em participar dessa coletânea que faz parte da historia da música autoral do RN! Sempre achamos massa a iniciativa e dessa vez vamos participar.

Teve uma parada engraçada nessa coletânea, poderíamos usar alguma música dos nossos últimos EPs, mas tinha a restrição quanto ao tempo da música (não tínhamos nenhuma música com no máximo 3:30 de duração), aí a bruxa Lorena chegou com um riffão novo e lento, do jeito que a gente gosta, adaptamos pra dentro do tempo pedido e fizemos toda a produção, nós mesmos.

O Rafaum além de nosso guitarrista, é produtor musical e conduziu todo o processo de forma muito Black Witch de ser.

Pensando no mundo antes do Covid, como é a cena em Mossoró?

Antes do Covid, Mossoró tinha cerca de 17 a 20 bandas ativas, o que mesmo sem casas especializadas pra rock autoral, tinha uma certa frequencia de shows, mas deu uma morgada monstra com a pandemia, muita gente deixando de lado pra sobreviver trancado, alguns outros projetos surgindo, mas antes da pandemia era bem mais constante.

Últimas considerações? Algum recado?

Fora Bolsonaro e toda essa corja fascista que nos desgoverna atualmente, não toleramos tais manifestações de violência e falta de humanidade para com todos nós! Somos do time da liberdade real de se viver, ser quem queremos ser, do time da resistência por meio da arte. Montem bandas, façam barulho e derrubem o presidente!

Muito obrigado pelo espaço e pelo convite, mídias independentes nos fazem muito fortes, vocês nem imaginam! Abraços esfumaçados da Black Witch.

A discografia de Black Witch está disponível no Bandcamp e nas redes de stream.