Nightbird Records é um selo de Natal que trabalha com artistas locais, tanto da capital, quanto de cidades do interior do Rio Grande do Norte.
Além dos lançamentos de discos e EPs dos artistas e bandas do selo, eles também lançaram as coletâneas “Canções de Isolamento” e “Canções de Isolamento, Vol. 2” e a session “Nightbird Sessions 2021 – Especial Música Preta Potiguar”, composta de performances e entrevistas. Ela também está disponível no Bandcamp.
E a Nightbird é também uma produtora cultural, realizando, entre outros, o anual Nightbird Festival.
Conversamos com Diego Andrade e Thiago Oliveira sobre tudo isso e um pouco mais.
Vocês podem falar um pouco sobre o selo pra quem não conhece?
A Nightbird Records é um selo musical e produtora cultural de Natal, RN que atua no lançamento de bandas e artistas, do rock à MPB, oferecendo serviços de distribuição digital, planejamento de lançamento, divulgação e produção fonográfica.
Atuando também como produtora, a Nightbird elabora e executa projetos culturais que abraçam novas bandas e artistas tendo como prioridade a valorização e reconhecimento da produção local. São projetos que oferecem a oportunidade de apresentação artística, produzindo shows, gravações de sessions e o seu festival de música anual “Nightbird Festival”.
Como a Nightbird Records surgiu?
A Nightbird Records foi criada pelo músico Luan Bates em 2013 e surgiu como uma “gravadora fantasma” com a ideia inicial de buscar e lançar artistas e bandas que tinham gravações caseiras. Mas foi em 2016 que realmente entrou em atividade lançando o EP de estreia do próprio músico, e a partir daí veio com diversos lançamentos de bandas da capital e do interior potiguar.
Hoje somos quatro pessoas que formam a Nightbird Records: Luan Bates (músico e professor), Diego Andrade (produtor cultural), Thiago Oliveira (músico e produtor cultural) e Walter Nascimento (diretor de arte e produtor cultural).
Vocês podem falar sobre as bandas do selo num geral? Como foi se formando o cast ou o que faz uma banda entrar pra Nightbird?
A Nightbird Records hoje tem quatro bandas no seu casting: Luan Bates, Apenas Um Oliveira, Boats e Marinheiro Porre e foi bem espontâneo como essas bandas chegaram até a gente.
Tudo inicia, na verdade, com a vontade de correr junto e somar. Basicamente é a gente acreditar no trabalho do artista/banda, rolando essa identificação e vontade de querer se juntar com a Nightbird, embarcamos juntos para movimentar a cena do Rio Grande do Norte.
Além do selo, vocês também produzem eventos, certo? Vocês podem falar um pouco sobre isso?
Quando o selo surgiu lá atrás com os serviços que envolvem o lançamento e distribuição de músicas, percebemos que queríamos oferecer mais alguma coisa pelas bandas e o cenário autoral.
Era um momento onde havia muitas bandas surgindo, lançando material, querendo tocar, etc. Então decidimos realizar pequenos eventos a fim de oferecer espaço para as bandas de dentro e de fora do selo se apresentarem e mostrarem suas músicas.
A Nightbird Records sempre teve esse objetivo de querer contribuir para o movimento e valorização da cena local mostrando o que há de novo sendo produzido, e foi a partir desses pequenos eventos que em 2017 nasceu a primeira edição do Nightbird Festival.
Ofertar espaço para o artista/banda se apresentar é importante para a sua circulação e amadurecimento, além da troca com o público. Então o festival do selo veio para reafirmar ainda mais essa vontade de querer mostrar novos nomes, fomentar a cena e contribuir para a formação de plateia.
Pensando no mundo antes do Covid, como é a cena em Natal?
Natal sempre teve bandas e artistas de qualidade nos mais variados ritmos e estilos. Apesar de ser uma galera bem jovem e outros já com algum tempo de estrada, não só na capital Natal como no estado do Rio Grande do Norte, tem gente muito talentosa em vários lugares e são eles que formam a cena daqui.
Natal nunca teve um olhar totalmente voltado para a valorização do cenário cultural e a música potiguar, porém sempre houve uma certa união entre bandas, artistas e produtores buscando mudar isso e acredito que seja esse o principal fator que torna a cena homogênea ao mesmo tempo que possui artistas de diferentes estilos.
Apesar das dificuldades que tentamos superar – aquelas que devem ser comuns quando a gente fala do independente – falta ainda um maior incentivo do poder público, acredito que esse tipo de iniciativa pode fortalecer a valorização da música tendo como base o reconhecimento da produção local.
Qual conselho você daria para quem pensa em começar um selo?
Pense duas, três vezes ou mais. Planejamento, paciência, persistência e estar disposto a encarar as dificuldades que vai encontrar. E não são poucas! Nós vivemos em um país em que a cultura não é prioridade e hoje encontra-se totalmente sucateada.
Apesar da facilidade que a internet e a tecnologia oferecem, é importante ter bem claro com quais tipos de artistas e bandas você pretende trabalhar, saber que não tem um retorno financeiro imediato – quando tem – e ir aprendendo com os erros também. Mas em linhas gerais: faça como der, mas faça algo.
Últimas considerações? Algum recado?
A Nightbird Records agradece a oportunidade e o espaço, sempre é válido falar sobre a cena independente e quem contribui para que ela continue girando de alguma forma.
E quem tiver acompanhando essa entrevista chega junto nas nossas redes, ouçam nas plataformas nossos artistas, os últimos lançamentos e digam pra gente o que acharam. Também temos uma loja online, então se quiserem vestir nossos produtos, deem uma passada em nosso site.
Nos escutem, compartilhem, critiquem, façam algo se vocês lerem isso (risos).
Ex colaboradore das antigas Six Seconds e Calliope Magazine e alguns blogs de música. Resolveu fazer o próprio site enquanto não tem dinheiro o suficiente pra fazer uma versão BR do Audiotree Live.