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Resenhas

Lili Carabina – Pistolar Y Pogar

A Lili Carabina, pessoa, realmente existiu, segundo a Wikipedia “Foi uma assaltante de bancos brasileira, infamemente notória nos anos 1970 e 1980 por participar de uma quadrilha que usava fantasias em suas ações criminosas. Ela, particularmente, usava uma peruca loira, maquiagem pesada, óculos escuros e roupas justas para seduzir os guardas de segurança das agências enquanto seus comparsas entravam para executar o roubo”. Tem até um filme.

Já Lili Carabina, a banda, hoje composta por Ká Explosiva (vocal), Julia (vocal e guitarra), Bia (bateria), Maia (baixo) e Rude (guitarra) é de São Paulo, formada em 2017 e em Fevereiro de 2019 lançaram o primeiro EP.

Pistolar y Pogar é uma verdadeira viagem no tempo emocional pra mim e deixa eu tentar explicar: a primeira impressão que me passa é de simplicidade e anti conformismo. A essência do punk, eu sei, mas nem sempre você vê isso claramente. Também não é tão comum ficar com uma música ou linha de baixo grudada na cabeça o dia inteiro. Além de inexplicavelmente eu, que não me mexo há anos, sentir vontade de pogar. Se isso tudo é proposital eu não sei, mas o produto final ficou 10/10.

Ouvir Lili Carabina me faz lembrar porque eu sempre achei punk tão divertido. As vezes chega uma hora que você começa a ouvir muita banda militante e isso te consome do mesmo jeito que você se sentiria se só absorvesse notícias. Não que essas bandas não te energizem e inspirem e muito menos quero dizer que as músicas da Lili não são sérias, mas o jeito de se expressar é diferente e passa uma certa leveza. É pra pistolar e pogar mesmo.

Quando comecei a escrever esse texto tentei lembrar da representação feminina que eu conhecia na adolescência e me surpreendi quando percebi que consiste apenas no rock alternativo dos anos 90. E Killi.

Fiquei anos sem internet e lá pros 18, quando voltei a baixar música e me atualizar, a cada nova banda eu mandava uma mensagem pra uma amiga perguntando se ela conhecia, ela dizia que sim e eu ficava surpresa. São todas bandas incríveis que mudaram a minha vida, mas não consigo comparar nenhuma com Lili Carabina.

Pensei nisso, pois me passou pela cabeça “Como teria sido se eu ouvisse uma banda dessas quando era nova?”. Eu nunca vou saber a resposta, mas certamente “Mary Jane Punk” teria sido um hino e mudado alguma coisa.

A Ká Explosiva, vocalista da banda, deu uma entrevista pro Huffpost Brasil em Novembro de 2018 que eu acho importante linkar: LEIA AQUI.